segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Conceição Estudante: "A Madeira soube antecipar"

“Cada um de vós contribuiu para a evolução e para o enriquecimento e a consolidação do destino Madeira”. As palavras foram proferidas ontem por Conceição Estudante, secretária regional do Turismo e Transportes, depois de terem sido entregues as 29 medalhas de mérito turístico a entidades e personalidades na Região Autónoma da Madeira. Vinte são de prata e nove de ouro.
Perante um salão nobre do Governo Regional cheio e com a presença do vice-presidente João Cunha e Silva, de quatro secretários regionais e da directora regional do Turismo, a governante realçou que cada um dos medalhados marcou a sua diferença e a sua singularidade no projecto conjunto que “foi a transformação da Madeira num destino de excelência”.

Num destino que diz ser completo e multifacetado e um produto de qualidade reconhecida nacional e internacionalmente.Por isso, revelou que esta iniciativa será para repetir nos anos sequentes. Tal como este ano, integrado no Dia Internacional do Turismo, que se realiza anualmente a 27 de Setembro.
A intenção, sublinha, é homenagear os esforços dos muitos profissionais que “são e serão sempre imprescindíveis para o sucesso do destino”.No grupo dos 29 que receberam a medalha, Conceição Estudante chamou à atenção para o facto de 10 deles terem chegado à Madeira de nove países europeus diferentes. “Chegaram e foram ficando” ao ponto de hoje serem “todo madeirenses de coração”.

O destino Madeira criou o seu espaçoNoutro ponto, a secretária regional evidenciou que o destino Madeira fez o seu percurso. “Criou o seu espaço” e “cresceu”. Além disso referiu que ganhou maturidade e consolidou-se com uma vocação que diz ser inequivocamente europeia. Mais adiantou que em alguns mercados o destino já conseguiu atingir consistência, constância e fidelização, traduzidas numa alta taxa de repetição e num grau de satisfação continuamente elevado.

Em relação aos mercados emergentes da Europa central e de leste sublinha que a Madeira começa a criar imagem. “Em todos se lhe reconhece qualidade”, frisa.Lembrou igualmente que os investimentos do Governo Regional em áreas cuja transversalidade produz efeitos imediatos e directos no turismo “têm sido fundamentais para a criação de melhores condições que permitam o crescimento”. Neste âmbito apontou as infra-estruturas aeroportuárias e portuárias, a rede de estradas e vias rápidas, a aposta no ambiente e na recuperação urbana, a sustentação das actividades educativas e culturais, o desenvolvimento de políticas de integração e de apoio aos mais desfavorecidos e a valorização da pessoa humana.
Realidades que, diz, “acabaram por eliminar progressivamente as grandes disparidades económicas e sociais que existiam há 40 anos e estabeleceram um clima de paz social”.Conceição Estudante aproveitou igualmente a oportunidade para referir que nos últimos dois anos, “soubemo-nos antecipar. Lançámos novos projectos. Investimos, de forma clara e inequívoca em mercados que, de alguma forma, compensassem as quebras dos mercados ditos tradicionais, como foi o caso da aposta no turismo interno e nos países da Europa central e de leste”.Além disso, aponta que o turismo da Madeira requalificou o produto, intensificou a sua divulgação e, sobretudo, “soubemos retirar partido das transformações ocorridas em matéria de transportes, apoiando e dinamizando a maior abertura da Madeira ao exterior e a sua acessibilidade aos mercados”.

Luigi Valle: "Podem contar connosco"

Embora tenha falado antes de Conceição Estudante, secretária regional do Turismo e Transportes, Luigi Valle, administrador do Grupo Pestana, e um dos nove medalhados de ouro pelo mérito turístico da Região Autónoma da Madeira terminou o seu discurso em nome de todos, em consonância com o que a governante havia dito que cada um contribuiu para a evolução e para o enriquicimento e a consolidação do destino Madeira.
Luigi Valle deixou claro que Conceição Estudante pode “continuar a contar com a nossa colaborante disponibilidade, empenho e com o amor que temos em sermos agentes interventivos e criativos da concretização daquele objectivo, que é comum ao sector público e ao sector privado, levando a que o Turismo da Madeira, continue a ser uma referência inquestionável a nível nacional e internacional”.
Evidenciou ainda que o Turismo é dos sectores económicos mundiais que nos últimos decénios teve crescimentos anuais constantes.
Neste domínio, sublinhou que num período de crise económica e financeira, como aquele que “estávamos/estamos” a viver, desde meados do ano passado, “é de salientar, mesmo assim, a “nossa” comparticipação na criação de riqueza, no desenvolvimento de iniciativas de responsabilidade dos segmentos corporate, grupos e Mice, como na satisfação das necessidades de divertimentos pessoais, ultrapassou largamente outras actividades produtivas”. Mais evidenciou que há que reconhecer que, além dos aspectos relacionados com o lazer, o turismo tem componentes de sensibilização através da sustentabilidade, do ambiente, da cultura e da animação.

Quem recebeu a Medalhda de Mérito

Quem recebeu a Medalha de Mérito

A atribuição da Medalha de Mérito Turístico foi atribuída ontem às seguintes entidades e personalidades:

Medalha em Ouro
- Ângela Maria Rita de Cássia Mendes da Silva Figueira
- Artur José Moreira Ferreira (título póstumo)
- Associação dos Carreiros do Monte
- Escola de Samba Caneca Furada
- José Arlindo Nóbrega de Freitas
- José Manual Aguiar Nunes
- Maria de Lurdes Figueira da Silva Fernandes
- Pietro Luigi Valle
- Salvatore Spinelli

Medalha em Prata
- Alexandrino Pestana Fernandes Leitão
- Alida Deen Luís Bernardes
- Arja Elisa Kemppainen
- Daniel Rodrigues
- Eva Ekevik Balkin
- Eva-Kari Manson Sardinha
- Ewa Svensson
- Gun Anita Jardim
- Ingrid de Sousa
- Jette Bendix Rodrigues
- João de Deus Gonçalves de Sousa
- José Alberto da Silva Gonçalves
- José Guilherme Gaspar
- José Silvestre Gomes Aguiar
- Lynne Valerie Mellor de Sousa
- Manuel Sá Câmara
- Marie-José Mulders
- Rui Alberto Pinto Gomes
- Rui Manuel Fernandes Rosa
- Suzette Alves

madeira Rural realiza segunda conferência

A Madeira Rural - Associação de Turismo em Espaço Rural, organiza no próximo dia 23 de Outubro a II Conferência intitulada “Turismo em Espaço Rural e o Desenvolvimento Sustentável”, no Auditório do Museu Casa da Luz pelas 14 horas.Segudno a Associação, “ o Turismo em Espaço Rural (TER) é hoje considerado um sector importante no desenvolvimento económico, social e na preservação do património cultural das comunidades rurais”, pelo que o TER “nasce da necessidade de se ter espaços que apresentem poucas interferências da sociedade urbana, ou seja, espaços que ainda possuem características rurais ou estruturas que eram utilizadas para a produção agrícola. Esse espaço da prática do turismo rural deve contemplar, também, ambientes com aspectos naturais relevantes”. As inscrições são gratuitas, mas limitadas à lotação do auditório.

Comoboio renasce entre o Monte e o Terreiro da Luta

Com o processo de expropriações em curso pela Câmara Municipal do Funchal da antiga estação no Largo da Fonte e de algumas parcelas correspondentes ao itinerário até ao Terreiro da Luta, está iniciado o processo de execução do projecto do Comboio do Monte.
O empreendimento, avaliado em 6,5 milhões de euros, deverá estar no terreno no primeiro trimestre de 2010, contempla a construção de um funicular que ligará as estações do Monte e do Terreiro da Luta, com capacidade para 60 passageiros.

O presidente da âmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque considera que o Comboio do Montem é um empreendimento que «constitui uma homenagem ao engenheiro Pinto Correia que esteve connosco no lançamento do então teleférico para o Monte, na altura bastante contestado, mas que tem sido um sucesso».
O objectivo do projecto, segundo os promotores, que adquiriram recentemente a Quinta do Terreiro da Luta, passa pela revitalização da freguesia do Monte e pela recuperação histórica do Comboio do Monte que funcionou desde 1893 e 1943.

Fernando Gouveia, presidente da “Teleféricos da Madeira”, um dos promotores do Comboio do Monte, realçou na apresentação do projecto, esta semana, que neste empreendimento turístico «há uma conjugação de interesses da sociedade madeirense, da história e da memória do Comboio do Monte, da iniciativa privada e pública, pelo que este é um bom exemplo de como, em conjugação de esforços, os objectivos são alcançados».
Com intuito de reproduzir mais fielmente as características típicas da época, os promotores optaram por adquirir a Quinta do Terreiro da Luta, desistindo do projecto de construção na zona de uma nova estação.

O antigo Comboio do Monte, constituído por uma máquina a vapor, puxado por cremalheira e composto por uma carruagem de passageiros, é uma referência histórica e cultural da Madeira. Inaugurado em 1893 ligou o Funchal ao Monte e mais tarde prolongou-se ao Terreiro da Luta, percorrendo 3.850 metros de linha até uma altitude de 850 metros.
Passageiros notáveis viajaram no comboioEntre os passageiros notáveis que viajaram no Comboio do Monte, destaque para o Rei de Portugal, D. Carlos de Bragança, a Rainha D. Maria Amélia de Orleans e Bragança, na sua viagem à Madeira em 1901 e Fernando Pessoa, então com sete anos, acompanhado pela mãe, quando passou pela Região a caminho da Cidade do Cabo, na África do Sul.

A bordo do comboio, esteve ainda, em 1921, o então Presidente da República, António José de Almeida. Apesar de algumas vicissitudes, como o aumento do preço do carvão de pedra, ou a primeira guerra mundial, com as consequentes reduções drásticas do fluxo de turismo, ou ainda a explosão de uma caldeira em 1919, o comboio permaneceu em funcionamento até Maio de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial.

Percurso entre o Monte e o Terreiro da LutaO actual comboio fará o percurso original, apenas entre o centro da freguesia e o Terreiro da Luta. Trata-se de um funicular moderno, que será conduzido por um maquinista como se tratasse de um eléctrico, composto por uma carruagem plana de modo a permitir o conforto dos passageiros.

O projecto apresentado publicamente aponta para uma carruagem com acabamentos que reflectem o ambiente e características típicas da época do comboio original. No interior predomina a madeira pintada e envernizada, armaduras de iluminação em latão e vidro e os cortinados riscados. Exteriormente, a carruagem apresenta uma pintura de cor vermelho escuro com molduras em amarelo dourado.

Estação será recuperada e ampliada

A Estação do funicular do Monte situada no Largo da Fonte está actualmente em avançado estado de degradação, devendo ser recuperada e ampliada, para receber os serviços da estação, acomodar uma casa de chá e uma loja comercial.O projecto da estação prevê que no edifício seja criada uma decoração alusiva ao princípio do século XX, de modo a proporcionar aos visitantes um ambiente o mais próximo possível do original. Nesta obra, será recuperado o alpendre original da estação e a sala de espera dos passageiros, que estarão localizados no 1.º piso do edifício juntamente com a bilheteira. No piso térreo, virada para o Largo da Fonte ficará instalada a sala de chá com uma esplanada no exterior e uma loja para venda de produtos da empresa Comboio do Monte.Por seu turno, a estação do Terreiro da Luta ficará situada junto à quinta, onde em 1912 foi inaugurado o restaurante “Esplanada”, no terminal da linha férrea.
O projecto contempla a recuperação dessa zona, hoje dotada de amplos restaurantes. Envolta em área florestal diversificada, da Quinta do Terreiro da Luta é possível ter uma vista soberba sobre o Funchal. No jardim pontua uma escultura de Francisco Franco representativa de João Gonçalves Zarco.

Moradores do Monte satisfeitos com projecto

O presidente da Junta de Freguesia do Monte, José António Pestana, não tem dúvidas em afirmar que o empreendimento constitui «uma mais-valia para o turismo que visita a Madeira e em particular o Monte». O autarca regogizou-se com a apresentação do projecto realizada esta semana, sinal de que o processo está em andamento. Por outro lado, visto os promotores do Comboio do Monte conheceram bem a realidade e as potencialidades da freguesia, José António Pestana considera que o funicular «será um sucesso, enriquecendo o património turístico do Monte, não apenas com a recuperação do edifício da estação como da própria dinâmica que o investimento representa para o comércio local».

Outras opiniões, recolhidas pela nossa reportagem vão de encontro à ideia defendida pelo presidente da junta. Eduardo Pereira, reformado, considera que o projecto «vai ser muito bom para o turismo para revitalizar toda esta zona do Largo da Fonte». Na óptica do nosso interlocutor, o comboio será «um bom complemento ao teleférico», defendendo, por outro lado, que a partida do comboio fosse a partir da zona do Colégio do Infante, possibilitando a passagem pela ponte junto ao Largo da Fonte.Pelo mesmo diapasão, afinou“Manaca”, trabalhador de hotelaria, residente no Monte.
«A ideia do Comboio do Monte é muito boa e será excelente para o turismo», realçou. Porém, refere que seria uma mais-valia para a freguesia, complementando os novos projectos, a criação de um posto de informação de Turismo. A este propósito, Eduardo Pereira considera que seria mais útil ter agentes de informação turística volantes e não sedeados num posto fixo. Tal como referiu, muitos turístas que chegam no teleférico, sabem da existência de alguns atractivos do Monte, mas, muitas vezes desconhecem a sua localização.

in Jornal da Madeira (Miguel Fernades)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Os números da Pullmantur na Madeira

A operação da Pullmantur na Madeira saldou-se pela passagem pelo porto do Funchal de 20.884 passageiros em trânsito nas 24 escalas que os navios do operador espanhol realizaram entre 10 de Abril e 18 de Setembro do corrente ano.
A adicionar a este número, os dados fornecidos pela JMF Shipping, que agenciou os dois navios durante a operação na região autónoma, há a registar os cerca de 1.000 passageiros, maioritariamente madeirenses, que embarcaram no Funchal.
Para sermos mais precisos, embarcaram 973 passageiros e desembarcaram 986.No caso concreto do Atlantic Star, que efectuou os cruzeiros semanais entre 10 de Abril e 29 de Maio, verificamos que, no que concerne aos passageiros em trânsito a primeira viagem foi aquela que reuniu mais pessoas: 1.201. Nas duas viagens seguintes caiu para 410 e 390, respectivamente.

No primeiro de Maio recuperou ligeiramente para 727 passageiros. Mas, nas seguintes, voltou a tropeçar, com 352, 442, 493 e 649 passageiros.

Em relação ao Pacif Dream, que iria fazer as 16 viagens seguintes, verificamos que até chegar ao Verão, tirando as escalas de 12 de Junho, com 1.150 passageiros, e a de 26 de Junho, com 1.206 passageiros, andou sempre com ocupações muito abaixo da capacidade máxima do navio.A partir da última viagem de Julho, que já teve 1.332 passageiros em trânsito podemos dizer que ouve um movimento ascendente, até terminar com 725 passageiros na última viagem.

A média das 24 viagens foi de 870,2 passageiros por semana.

Quanto aos passageiros embarcados na Madeira, o pico aconteceu com o Pacific Dream a 21 de Agosto, com 93 passageiros. A média por cruzeiro foi de 40,4 passageiros. Quanto a desembarques o máximo de toda a operação aconteceria na viagem de 28 de Agosto com 96 passageiros. A média foi de 41,1 passageiros por cruzeiro.Uma nota para referir que a Pullmantur Cruises não deverá realizar a escala à Madeira na operação do próximo ano, com a substituição do Funchal por Málaga, em Espanha.

Luigi Valle recebe Medalha de Mérito Turístico

Luigi Valle é uma das nove personalidades e entidades distinguidas pelo Governo Regional da Madeira com a Medalha de Ouro de Mérito Turístico. Depois de, em 2007, ter sido distinguido com a Medalha de Prata, pelo Secretário de Estado do Turismo, Luigi Valle é agora reconhecido, com Ouro, pelo empenho e empreendedorismo que tanto tem contribuído para a valorização e desenvolvimento do sector turístico da Região Autónoma da Madeira.

Luigi Valle é Administrador do Grupo Pestana, grupo onde ingressou em 1978, assumindo desde Janeiro de 2006 a responsabilidade transversal das operações hoteleiras em todas as zonas geográficas em que o Grupo Pestana - Hotelaria está presente. Desde Janeiro de 2009 é também Presidente do Conselho de Administração do Grupo Pestana na América do Sul.


Ao longo da sua carreira profissional desempenhou durante largos anos funções na Associação Comercial e Industrial do Funchal, foi Presidente da Associação Portuguesa de Casinos e da Associação Europeia de Casinos. Actualmente é Vice-Presidente da Confederação do Turismo de Portugal.


Cônsul honorário de Itália no Funchal desde 1982, Luigi Valle recebeu anteriormente outros títulos honoríficos, nomeadamente, Cavaleiro da Ordem de Mérito e Oficial da Ordem de Mérito da República Italiana e Cavaleiro da Real Irmandade de S. Miguel da Ala. Em 2007 o Embaixador de Itália entregou a insígnia de Comendador da ‘Stella della Solidarietà’ atribuída pelo Presidente da República de Itália a Luigi Valle.

Pestana na lista dos melhores

O Grupo Pestana encontra-se entre os finalistas dos World Travel Award 2009. O Pestana Carlton Madeira é o único nomeado português entre os Melhores Hotéis de Luxo da Europa (Europe's Leading Luxuary Hotels) e o Pestana Casino Park figura na lista dos melhores Hotéis de Casino da Europa (Europe´s Leading Casino Hotel).
O Pestana Palace está novamente nomeado na categoria Leading Hotel de Portugal, prémio que já conquistou em 2007 e 2008.
Os WTA foram criados em 1993 e são considerados os “óscares” do Turismo, sendo os mais abrangentes e prestigiados prémios do sector, cujos resultados são ditados pela votação online de milhares de profissionais ligados ao turismo em todo o mundo. As votações para os nomeados terminaram a 14 de Agosto, sendo os vencedores anunciados durante a cerimónia que decorre em Óbidos a 17 de Outubro.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Madeira de estreias em 2010

O porto do Funchal vai acolher novas rotas em 2010 e em 2011, tais como a da Aida que sai de Las Palmas, a da Ibero Cruceros e a operação que a TUI vai iniciar, uma vez que tem havido muita procura junto daquele operador alemão, sublinha Bruno Freitas, presidente dos Portos da Madeira, que acaba de regressar de Hamburgo, na Alemanha, onde participou na feira do Seatrade Europe.
Um dos novos cruzeiros vai ser feito com o Grand Voyager, da Ibero Cruceros, que começa a efectuar viagens semanais a partir de Abril de 2010.
A 11 de Novembro começa a realizar circuitos o Mein Schiff, da Tui Cruises. Em relação à feira magna do sector, Bruno Freitas diz que não pode deixar de fazer um balanço “francamente positivo”.
Revela que no Seatrade Europe que decorreu entre 15 e 17 do corrente mês, os Portos da Madeira reuniram com companhias que regularmente visitam o Funchal e o “feedback foi positivo no que concerne às escalas programadas para o ano 2010”.
Mais acrescentou que não haverá diminuições nas escalas previstas para o Porto do Funchal. Além disso, refere que, com a nova gare e “com as melhores condições que vamos oferecer, as companhias mostraram-se receptivas ao incremento de operações de turn-around”.Bruno Freitas acentuou que aproveitou o Seatrade para reforçar o interesse dos Portos da Madeira junto das companhias em esbater a sazonalidade. Para isso, foram divulgados alguns motivos de interesse turístico como forma de incentivo aos cruzeiristas para visitarem a região autónoma no Verão.
Num balanço de mais uma edição do Seatrade, Bruno Freitas disse ao Jornal da Madeira que os agentes madeirenses que também participaram no certame haviam evidenciado que o mercado está em expansão.
E, neste âmbito, admitem que a Madeira poderá estar a beneficiar do facto do mercado americano estar em baixa, levando muitas companhias a reposicionarem navios no Mediterrâneo e nesta área do Atlântico.
Quanto ao relacionamento com os portos portugueses diz que foi também reforçado, “decidindo-se que no próximo Seatrade Miami, os Portos da Madeira estarão também ao lado da Promoção dos Portos Portugueses, relevando o interesse estratégico deste sector no contexto da economia nacional”.

Bernardo Trindade: República apoiou Madeira com 57 milhões

O cabeça de lista do PS pela Madeira à Assembleia da República, Bernardo Trindade, defendeu hoje o trabalho desenvolvido pelo Governo da República em prol do sector do turismo na Região.
“Enquanto o dr. Guilherme Silva e o dr. Hugo Velosa se entretinham em Lisboa com a constituição, o Governo da República e a Secretaria de Estado do Turismo apoiaram a Madeira nesta legislatura em 57 milhões de euros em incentivos financeiros”, afirmou Bernardo Trindade.
O candidato recordou ainda do 500 milhões de euros disponibilizados às empresas através da linha de crédito criada pelo Governo e os apoios do programa de intervenção para o turismo que ascenderam a 1,5 milhões de euros.
Bernardo Trindade considera ser sobre este trabalho que os madeirenses devem avaliar e se pronunciar nas legislativas.
O número um do PS pela Madeira à Assembleia da República sublinhou ainda a relação de “cumplicidade” estabelecida com os empresários madeirenses do sector. “Apoiar as empresas a manter o emprego foi de facto uma prioridade do Governo da República e deste secretário de Estado do Turismo”, conclui.

in Diário de Notícias (Artur de Freitas Sousa)

Madeira na Top Resa Travel Market

Entre os dias 22 a 25 de Setembro, a Madeira estará representada em mais uma edição da TOP RESA Travel Market, a mais importante feira dirigida a profissionais de turismo no mercado francês, que se realiza no Parc des Expositions de la Porte de Versailles, em Paris.
A Madeira, através da Secretaria Regional do Turismo e Transportes – Direcção Regional do Turismo, e em parceria com a Associação de Promoção da Madeira,estará presente com um Módulo de Destino (Pavilhão 7.2 - stand L057) integrado no stand de Portugal.
De 24 a 26 de Setembro, o destino Madeira está ainda representado na 17ª edição da mostra internacional de viagens - TT Warsaw Tour & Travel, a decorrer no Palácio da Cultura e Ciências em Varsóvia, um dos maiores eventos do género na Polónia e no Centro e Leste da Europa, na qual a RAM estara presente pela 4ª vez, através da SRTT/DRT, com um Módulo de Destino integrado no stand de Portugal.
O sector de MI (Meetings & Incentives) terá também uma atenção especial com a presença deste destino na feira IT&ME - Incentive Travel & Meetings Executive Show, que se realiza em Chicago, no Mc Cormick Place (South Building), E.U.A. nos dias 29 de Setembro a 1 de Outubro. A Madeira, através da SRTT/DRT e em parceria com a APM, estará integrada no stand nacional com módulos de negocios individualizados para os participantes nacionais.
A nível nacional, a Madeira será homenageada pela recriação de um dos cartazes de grande destaque internacional - Festa da flor, tema de destaque da próxima revista de teatro portuguesa a estrear no Teatro Maria Vitoria em Lisboa.
Esta peça de teatro de é da autoria da produtora Hélder Freire da Costa, com estreia prevista para o próximo dia 30 Setembro. A SRTT/DRT irá juntar-se a esta cedendo para o efeito alguns instrumentos musicais regionais, bem como a decoração do espaço com arranjos florais.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

AIDAluna estreia hoje


É esperado hoje no porto do Funchal, pelas 8 horas, o navio de cruzeiros AIDAluna, naquela que será a primeira escala à capital madeirense. À sua espera estará um rebocador do porto que, como é da praxe nestas circunstâncias, irá receber o paquete da AIDA Cruises com jactos de água.Pelas 11 horas haverá uma cerimónia a bordo para assinalar a primeira viagem, durante a qual serão trocadas lembranças entre as autoridades portuárias, o Clube de Entusiastas de Navios, e o próprio armador. Um ritual que se repete nas primeiras escalas de navios de cruzeiro ao porto do Funchal.Nesta primeira viagem, o navio viaja com 2.061 passageiros.Recorde-se que o AIDAluna regressa ao Funchal no próximo domingo, para uma série de cruzeiros semanais que se prolongarão até Abril de 2010. Ao todo, o navio tem programadas 29 escalas. Feitas as contas, se as ocupações se mantiveram semelhantes às de hoje, quando chegarmos ao quarto mês do próximo ano, contando com a viagem de hoje, terão passado pelo porto do Funchal cerca de 63 mil passageiros alemães e de países limítrofes com influência lingística germânica.Em termos de características, o navio, que viaja sob o comando de Lutz Leitzsch, desloca uma tonelagem de 69.203 toneladas. Tem 252 metros de comprimento, 32,2 metros de largura e um calado de 7,3 metros.O custo da sua construção foi de 315 milhões de euros.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

AIDAluna faz amanhã primeira escala


É esperado na próxima quarta-feita no Funchal, pelas 9 horas, o navio de cruzeiros AIDAluna. Será a primeira escala ao porto do Funchal, e a primeira de uma série de escalas semanais que passa a realizar a partir de domingo e que se prolongam até 11 de Abril de 2010.
Trata-se de um navio novo, semelhante ao AIDAbella que fez o último Inverno na Madeira, com as mesmas chegadas aos domingos, pelas 13 horas, e partidas no dia seguinte pelas 17 horas.
Assim, voltam ao centro da cidade do Funchal os grupos de turistas germânicos e dos países vizinhos como a Áustria e Suíça. Uns vêm de bicicletas, outros optam pelas segway, que lhes permitem circular igualmente pelas artérias citadinas, mas sem qualquer esforço.
O paquete da AIDA Cruises, construído nos estaleiros alemães Meyer Werft, foi lançado ao mar no dia cinco de Abril do corrente ano e baptizado em Palma de Maiorca por uma madrinha germânica, a modelo Franziska Knuppe. A primeira viagem aconteceu a 22 de Abril, data a partir da qual passou a estar ao serviço da companhia alemã, embora esteja registado em Génova, Itália.
Em termos de características, o navio, que viaja sob o comando de Lutz Leitzsch, desloca uma tonelagem de 69.203 toneladas. Tem 252 metros de comprimento, 32,2 metros de largura e um calado de 7,3 metros.
Desenvolve-se em 13 decks e tem uma velocidade de cruzeiro de 22 nós.
O AIDALuna tem capacidade para transportar 2.100 passageiros para os quais tem 601 tripulantes.
Sublinhe-se que nos invernos anteriores, os cruzeiros da AIDA Cruises se caracterizam pela elevada procura, significando isto que a lotação dos navios andam sempre muito próximo ou no limite.
O AIDAluna dispõe de 1.025 cabines, das quais 666 são exteriores e 359 interiores. Sublinhe-se que 65% das cabines exteriores têm balcão privado.
Tal como os seus “irmãos” gémeos, o navio tem um écrã gigantesco com tecnologia Led, no deck solar, à frente, onde são passados filmes, espectáculos, e eventos desportivos, o que constitui um entretenimento alternativo para os passageiros.
O spa & wellness que dispõe, numa área de 2.300 m2, são inspirados no estilo indiano.
O navio tem sete restaurantes especializados em diferentes cozinhas e11 bares.
Tem igualmente uma pista de bicicletas no deck 11.
Se tiver curiosidade em veja as câmaras online do navio.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Joe Berardo: Já gastei mais de 20 mihões na Quinta do Monte

O encontro dá-se no Museu Berardo. Perdão... No Centro Cultural de Belém, local onde o 8.º homem mais rico de Portugal tem parte da sua colecção de arte contemporânea em exposição de acesso gratuito para os portugueses e visitantes estrangeiros. Está mais magro - perdeu 18 quilos - devido a uma operação feita no início do ano, mas não perde a boa disposição nem a capacidade de atirar para todos os lados. Fortuna 'oblige!'

Há dois anos revelou num inquérito que o seu único vício era fazer amor no Verão…
Deve haver algum engano porque gosto disso a qualquer época do ano... (ri-se) Não me lembro de o ter dito, deve ter sido uma brincadeira.

Então deixemos a brincadeira. Há dias soube que a sua fortuna desceu cinco posições no ranking dos portugueses mais ricos. A notícia estragou-lhe as férias?
Não! Ouvi falar disso na rádio, mas nem me acrescenta ou preocupa. Como ouço de vez em quando falarem das listas da Forbes. Até preferia que não falassem de mim, mas é o jornalismo...

Preferia que não se falasse, porquê?
Gosto de manter a minha vida privada, e essas coisas de dizer quanto é que se vale em nada me ajudam. Até é uma chatice às vezes.

Não gosta de ter o seu nome nessa lista dos mais ricos?...
Não! Gosto é de estar relacionado com a cultura, porque acho que todos temos o dever de ajudar o cidadão a melhorar a sua vida. Esta exposição (que está no CCB) dá oportunidade para a imaginação de uma criança que a visite ultrapassar os limites. E a nossa vida, enquanto andamos por aqui, não deve ter limites. Desde que Marcel Duchamp introduziu o urinol como uma obra de arte, em 1917, que não há limites para a imaginação. O que importa falar da minha capacidade financeira quando há a arte como a desse homem?

Não se pode fazer uma colecção como a que tem no CCB sem um grande fôlego financeiro.
Claro! Costumo dizer que a cultura e as finanças vão a par e passo, e eu podia ser uma pessoa muito boa - como muitos intelectuais que têm essa coisa toda -, mas sem a parte financeira não poderia ter uma colecção que é considerada uma das melhores do mundo. É a imaginação da cultura que me dá essa possibilidade.

Desde criança que é um coleccionador compulsivo. Foram caixas de fósforos, selos e tudo o que estivesse à mão…
É verdade! A primeira colecção que comecei a fazer na Madeira foi quando ainda não tinha dinheiro. Por isso é errado quando dizem "ah, se eu não tenho dinheiro, não posso fazer nada"... Ainda tenho a minha colecção de selos que um inglês me ensinou a organizar. Depois, eram as caixas de fósforos, foram os postais de navios que iam até ao porto do Funchal, colecções que ainda devem ter algum valor monetário.

Porque é que era tão compulsivo nas colecções?
Ainda hoje não sei de onde é que herdei essa forma de ser. Nem sei se foi a influência dos ingleses na Madeira, se foram os turistas que eu recebia na empresa Madeira Wine quando lá trabalhava. Não sei.

Mas terá a ver com a sua infância?
Sim, deve ter a ver com a minha infância, mas não foi na escola que aprendi isto. Não foi…

Raramente fala do passado. Tem alguma história de infância que o tenha marcado?
Comecei a trabalhar cedo, aos 13 anos e meio, e a descontar para a Segurança Social até aos 18 anos, quando fui para a África do Sul. A minha infância foi relativamente humilde, mas com muito prazer da parte da minha mãe e do meu pai, que me educaram como puderam.

Quando estava na África do Sul, prometeu que nunca mais voltaria a Portugal.
Quando subia às montanhas da Madeira e via o horizonte, o mar ao longe e o Funchal lá em baixo, sentia uma atracção para partir e parti. Se tivesse ficado na Madeira, talvez fosse hoje um político ou um homem de negócios.

E estaria a lutar pelo poder com Alberto João Jardim...
Talvez. De qualquer modo, nunca fui muito inclinado para a política. Não sei porquê, mas acho que na política a pessoa tem que prometer e nem sempre pode cumprir. Até me lembro de uma vez em que tive uma reunião com o homem do CDS, o Manuel Monteiro, que era genro de um madeirense - o Baltazar, a quem o meu pai fazia o vinho -, que queria ajuda para o partido na Madeira. E, então, o homem disse-me que só foi para a política para transmitir a verdade e eu respondi-lhe: "veja lá que Deus Todo Poderoso prometeu tantas esperanças às pessoas e 2000 anos depois ainda há muitos que não são católicos. Eu ia lá para a política sem poder dar o que é importante às pessoas!

É por isso que o outro "deus" da Madeira, João Jardim, é bem sucedido?
Eu acho que sim. Ele tem uma coisa que é incredible, quando anda em campanha, toma nota de tudo e a primeira coisa que faz depois é cumprir as promessas. E não há outro político ou homem de negócios que faça isso.

O Governo da República também tem cumprido as promessas que lhe fez. Até cedeu este espaço no CCB…
Cedeu, não, eu é que cedi a minha colecção para estar aqui, senão estava em França! Queria fazer em Toulouse um museu de raiz para instalar a minha colecção e ainda hoje continuam a dizer que a queriam muito lá. Os franceses até me deram uma condecoração! Só para ver como as coisas são, uma parte da colecção foi exposta em França e em menos de três meses tivemos 250 mil pessoas a pagarem 12 euros para a ver. Até o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso a foi visitar e teve que usar influências para não ficar tanto tempo nas filas.

Mas aqui, no CCB, os bilhetes são de graça!
Ninguém pode dizer que vem aqui ao CCB e não pode visitar o Museu Berardo por causa de dinheiro. O mesmo acontece no meu Jardim dos Budas, no Bombarral, e ainda há poucos dias quando estive lá, as pessoas vinham agradecer porque nunca teriam possibilidade de ir visitar os budas à China. E como estão ali, milhares de pessoas já foram lá!

Esse jardim está para si como o Rancho Neverland para o Michael Jackson.
O meu jardim é visitável e com uma perspectiva cultural, não é uma Disneyland. A ideia é que as pessoas possam ter tempo para si próprias e que seja um monumento à paz.

Porque é que optou por fazer um jardim budista em Portugal?
Foi em homenagem que resolvi fazer depois da destruição dos budas de Bamiyan, no Afeganistão. Destruíram-se ali seis mil toneladas de pedra, e eu e o meu filho decidimos fazer também seis mil toneladas de budismo, porque não há o direito cultural de se destruir uma coisa dessas, e se alguém o fizer, alguém terá que refazer. Por isso decidi fazer em Portugal, mas podia ter sido feito em qualquer parte do mundo.

Que é uma atracção turística!
O Jardim dos Budas ainda não está oficialmente aberto, mas quero que seja um monumento histórico, aonde virão pessoas de todo o mundo observar.

Teve apoio da câmara local para os budas como teve de Sócrates aqui no CCB?
Eu não pedi apoio… Até porque tenho dificuldade em fazer um plano para as minhas coisas. Se no meu jardim da Madeira, eu tivesse feito as contas antes de o começar a fazer, poderia não ter avançado. Já gastei mais de 20 milhões de euros lá…

Se fizesse antes as contas, desistia?
Era capaz de não fazer certas coisas! Se eu tivesse também feito um plano quando comecei com a minha colecção de arte, não sei até onde teria ido, porque era para gastar 500 mil euros e já vai em centenas de milhões e ainda vamos a meio caminho! Se eu tivesse tido a ideia de que iria gastar este montante em cultura, de certeza absoluta que não o teria feito. É o que eu sempre digo, temos de ter uma ideia e ir fazendo. Os planos são bons para os intelectuais, que são pessoas que não têm a minha sensibilidade pela cultura, que continuo a fazer as coisas. Quero é fazer coisas ao meu gosto e partilhá- -las com as pessoas que as visitam. Na Quinta da Bacalhoa, tive nove casos em tribunal! Hoje, é reconhecido como o melhor monumento recuperado a nível da Península Ibérica! Fizeram tanta chantagem comigo, até o Sá Fernandes pus quase contra mim. Eu não queria que as pessoas achassem que têm que abrir excepções a toda a gente para fazer coisas culturais, mas acho que tenho mostrado que o que faço não é para estragar. Até porque sem cultura teremos uma grande dificuldade em analisar o futuro.

No CCB, teve uma megarreacção.
Eu sou um outsider e não faço parte do sistema, nem na cultura nem nas finanças... Por isso é que tenho o privilégio de poder falar à minha maneira, aquela que eu aprendi com os judeus na África do Sul! E como já tenho 65 anos, sei dar valor ao que sempre aprendi: que o importante na minha vida é o dia seguinte.

Mas não gosta muito se ser contrariado nas suas vontades...
Nunca me juntei com yes man, mas sempre com pessoas que sabem mais do que eu, que são mais bonitas do que eu, que são culturalmente melhores que eu. Já me viram com alguém que eu manipulasse? Não me interessam essas pessoas! Até podia juntar-me com pessoas que faziam o que eu queria, mas não teria o sucesso que tenho. Parece que estou a brigar, mas não é, estou é sempre a extrair das pessoas o que sabem melhor que eu, senão não tem graça! Compreendo que o Mega Ferreira não goste do meu estilo, e se há uma pessoa que gosta de yes man, talvez seja ele... O Sócrates também tem pessoas que não são yes man com ele! Politicamente, não sou socialista, mas gosto de pessoas que pretendem extrair das outras o melhor, e os líderes têm que fortes para levar essa convicção avante.

O Governo socialista tem-no tratado bem.
O PS é um partido que tem feito muito pela cultura. O Durão Barroso não fez muito pela cultura, embora seja um homem da cultura. Em Portugal estão sempre com paninhos quentes a tratar a cultura. Temos o nosso Presidente da República… O Cavaco Silva também não fez muita coisa, nem ministro da Cultura ele tinha! Tinha um secretário...

O secretário de Estado, Santana Lopes.
O Santana Lopes, que conheci bem, que até foi meu sócio, que fez coisas que ainda hoje eu não percebi onde serviam a cultura. Se não fosse o [Manuel Maria] Carrilho, que também era socialista, e que atraiu muitas pessoas pela cultura, eu incluído, não sei o que teria acontecido.

Já que falamos de socialistas, o que é que acha da actuação do governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, nestes casos polémicos da banca?
O que é que quer que eu diga?! Em 1998, pus um anúncio nos jornais a revelar as minhas preocupações, e o Banco de Portugal devia ter--me chamado para perguntar a razão de o ter feito, que acordo estava eu a referir que prejudicou os outros accionistas. Como andam aqui neste conflito de interesses, não há ninguém a respeitá-lo por isso. Toda a gente pode dizer que a responsabilidade é de ninguém, que é uma coisa muito típica de Portugal. Têm dinheiro, fazem a manipulação dos mercados e ninguém age. É como o que aconteceu com o nosso querido amigo madeirense Jardim Gonçalves, um homem que recebe billions, ou roubou billions de euros aos accionistas dos bancos, e ninguém é responsável?

Pediu que fossem canceladas a reforma dele e de mais quatro administradores do BCP. Acha que vai conseguir?
Não há alternativa! As pessoas têm que ser responsáveis pelo que fazem. Neste caso, a procissão ainda vai a meio do adro.

Acha que conseguirá inverter o processo?
Não tenho dúvidas, ou a credibilidade internacional de instituições financeiras como o Banco de Portugal ou a CMVM vai ao fundo. Já fizeram um passe contra eles, agora, as coisas têm que andar mais activamente.

Porquê a lentidão na resolução dos casos?
Eu não sei! A lei é lei.

Também gostava de vender a sua participação na Zon mais rapidamente…
De momento não estou à venda, há que esperar e ver o que vai ser a definição do mercado.

O grupo Sonae anda atrás da sua parte?
Atrás de mim? Ninguém anda atrás de mim!

Gostaria de se reunir consigo, então.
Sim… Os accionistas de uma instituição têm uma coisa em comum, que é fazer mais-valia nos seus investimentos. Very simple, não é? É a lei do mercado, queremos é a melhor maneira de rentabilizarmos os investimentos.

E qual é a melhor maneira?
De momento, o mercado está murcho, está incerto. Portanto, temos que dar um tempo.

Gostou de assistir aos episódios da novela PT, TVI e Prisa pelos 30%?
Não percebi esse negócio, mas achei um pouco estranho os interesses que estavam por detrás. Para a PT ter conteúdos? Então, está a prejudicar os accionistas. Isso trazia água no bico.

O senhor, que percebe de negócios, entende porque é que Belmiro de Azevedo continua a perder dinheiro no jornal Público?
É um jornal que está a perder dinheiro, pelo menos segundo as contas, mas que tem sido ao mesmo tempo muito vantajoso e também prejudicial aos negócios da Sonae.

Vantajoso porquê?
Porque indica ou inclina os negócios.

Ficou mais amigo de Horácio Roque, agora que foram vítimas da "Operação Furacão"?
A minha relação com o Horácio Roque já vem de há 30 anos! Somos sócios, somos pessoas acostumadas a inspecções. Quando foram investigar, dissemos sempre: "Não temos nada a esconder, está tudo aberto." Acho que as pessoas têm que fazer investigação, doa a quem doer. É o trabalho deles.

Espera que isso aconteça no BCP?
Espero.

Recentemente disse que o BCP "continuava a roubar".
Não disse isso, está a dizer o que foi interpretado e que depois foi corrigido. O que eu queria dizer é que continuam, e é verdade, continuam a roubar. E o que é que eu quero dizer com isso? São os seguros que fizeram, o usufruto de pensões relacionadas com as contas que fizeram, aldrabadas, e que continuam ainda a beneficiar delas. Penso que até Setembro vai estar tudo resolvido e será um grande benefício para os accionistas.
in Diário de Notícias (João Céu e Silva)