quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Porto Bay quer hotel em Alagoas, no Brasil


António Trindade, presidente do Grupo Porto Bay, revelou no início de Dezembro em Búzios que deseja ter um resort em Alagoas. Concretamente em Maragogi, a norte de Maceió. Ou a sul.
A novidade foi dita durante o almoço que ofereceu à imprensa portuguesa que esteve a cobrir o 33º Congresso da APAVT, que se realizou em Búzios, no Brasil. Um almoço que decorreu na Pousada Glenzhaus que o grupo tem nesta localidade para a qual anunciou querer ampliar o número de quartos de 15 para 30. Para o efeito, adiantou que está em negociações para a compra de um terreno contíguo.
Quanto ao projecto de Alagoas, diz que proximamente regressa àquele estado, acompanhado pela vice-presidente do operador Thomas Cook, seu parceira em Portugal, e com o qual está a trabalhar o mercado brasileiro.
Segundo afirmou, a construção, ou não, de um projecto de raiz, em dois terrenos que já tem em vista, depende da leitura que a sua parceira de negócio tiver, visto que será a sua avaliação acerca da potencialidade de trazer ou não clientes da Europa para a unidade que ditará a viabilidade do investimento.

Para se ter uma ideia desta importância disse, por exemplo, que cerca de 40% da ocupação da pousada de Búzios vem através deste canal. São alemães que viajam regular na TAP, numa ligação Frankfurt-Lisboa-Rio de Janeiro.

Em relação à visão que tem de Alagoas, sublinha que ainda não foi tirado partido das infra-estruturas que o estado já criou.

Sobre o projecto, embora sublinhe que tudo está numa fase muito embrionária, admite que para o mercado brasileiro as unidades devem ter entre 250 a 350 quartos.

Presentemente, o Grupo Porto Bay dispõe de uma unidade no Rio de Janeiro, que comprou em Janeiro, e uma outra em Búzios, que adquiriu em Maio.

Ainda durante o almoço que proporcionou na sua charmosa pousada, António Trindade teria oportunidade de falar sobre as agências de viagens, pegando precisamente na operação do operador Thomas Cook para o Brasil.
Deste modo, evidenciou que as agências de viagens têm de ter uma visão suficientemente abrangente para chegar ao cliente final com um produto acabado.


Paulo Camacho

Provedor do Cliente: ritmo de queixas mantém-se

O número de reclamações recebidas pelo Provedor do Cliente da APAVT aumentou de 773, entre Janeiro e 15 de Novembro de 2006, para 794 em igual período do corrente ano. São mais 21 casos. Estes são dados que o Provedor, Vera Jardim, revelou no Brasil, nos primeiros dias de Dezembro, à margem do Congresso da APAVT. Segundo disse, acompanham a tendência do ano anterior.

No entanto, do total de reclamações que não foram apreciadas, baixou de 225 para 177 este ano.

Quanto ao total de reclamações apreciadas de 548 o ano passado, passou para 617 até o período em análise de 2007.

No meio das reclamações a maior evidência vai para o crescimento para a alteração do programa de viagens, onde os circuitos europeus têm grande expressão. De 114 passou para 151 (+37).

Atento a esta realidade, Vera Jardim diz já ter sensibilizado os operadores no sentido de a minorar.
Trata-se de uma conversa que, não só por este motivo, como por outros, vai levá-lo a reunir em Janeiro de 2008 com os operadores no sentido de os alertar para a necessidade de terem em atenção, entre outros pontos, para que haja a possibilidade permanente de contacto entre o cliente e o agente de viagens. Mesmo ao fim-de-semana (que motivou algumas queixas). E uma atenção especial aos representantes dos operadores nos destinos.

As queixas sobre as más condições de alojamento e transporte passaram de 113 para 133 (+20), os atrasos de voo, de 74 para 76 (+2), o cancelamento de viagens, de 33 para 24 (-9), a falta de acompanhamento do guia/agência/operado, de 13 para 8 (-5), o extravio da bagagem, de 50 para 76 (+26), o incumprimento contratual, de 38 para 34 (-4) e Outros, de 29 para 32 (+3)

Uma nota final para dar conta de que os destinos novos, normalmente, dão mais problemas.

Paulo Camacho

Madeira Specialist é estrela no Congresso

O projecto Madeira Specialist foi apresentado aos congressistas no 33º Congresso anual da APAVT. Pedro Moita, director-geral da APAVTForm, a empresa da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, com quem o Turismo da Madeira estabeleceu uma parceria para o projecto que arrancou, numa fase experimental nos postos turísticos da Madeira, focalizou este programa pelo seu carácter pioneiro. Um pioneirismo que vai proporcionar a agentes de viagens do continente terem uma formação específica, acerca de diversas itens, que compõem, na sua individualidade, o todo que é o destino Madeira.

Neste âmbito, referiu que, pese embora ainda esteja numa fase de arranque, o projecto, que assenta numa plataforma de e-learning, vai evoluir não só para mais agentes de viagens que ainda não estão inscritos no curso gratuito para os profissionais, como igualmente para será replicado para mercados importantes para a Madeira, como sejam os mercados alemão e britânico.

Ainda em relação ao Madeira Specialist, além de explicar, com imagens dinâmicas (tal está site do programa), o seu conteúdo, destacou a flexibilidade de o fazer, onde, inclusivamente, é permitido ao utilizador descarregar o som dos conteúdos para unidades como o MP3 ou iPod, no sentido de ouvir a matéria em qualquer lugar.
E, já ultrapassando o âmbito da Madeira, Pedro Moita revelou que o projecto será seguido no Algarve e em Macau, e possivelmente nos Açores.

No decorrer deste painel, direccionado à formação, peguemos nas palavras iniciais de Nuno Santos, do Turismo de Portugal, para dar conta do que já havíamos reparado na sala: a pouca adesão dos congressistas a este painel. Com a agravante de ser um painel que se reveste de grande actualidade para os agentes de viagens, que nesta onda de mudança carecem de formação. E podemos adiantar que, mesmo os que estavam na sala, ainda vimos um ou outro “mais concentrado” na sua cadeira, de olhos fechados, a “reflectir” sobre o que era explicado no palco.

No fundo, este quadro acabou por encontrar eco num agente de viagens presente na sala que reconheceria que existe ainda uma visão de uma boa parte dos profissionais do sector que já sabem tudo.

Paulo Camacho

Madeira quer Congresso da APAVT

A Madeira vê com bons olhos voltar a acolher um congresso anual da APAVT. Quem o admite é Conceição Estudante, secretária regional do Turismo e Transportes.
Recordou que a região autónoma já o recebeu em 1997. E outro como alternativa à Tailândia em 2003. Por isso diz estar na altura de voltar a pensar. “É importante para a Madeira, enquanto destino, porque é uma oportunidade de dar a conhecer as últimas alterações do destino, os novos produtos e infra-estruturas que surgiram na ilha e que têm grande incidência na qualificação do produto”, realçou.

Recorde-se que já no Congresso dos Açores, em 2006, a Madeira já havia demonstrado o interesse em ter o maior fórum do turismo nacional no Porto Santo, admitindo-se, então que tal podesse acontecer em 2008. No entanto, as condições oferecidas por Macau acabou por ditar a escolha para o Congresso do próximo ano.

Disse que não deverá fazer a proposta já este ano, mas fica em carteira para programar um congresso à altura. “O congresso de 1997 foi muito bem sucedido pelo que a fazermos um outro terá de ser ainda melhor”, rematou.

Paulo Camacho

João Welsh "desmonta" apoios às low cost

O primeiro vice-presidente da APAVT voltou à carga em Búzios, no Brasil, com as low cost, depois do discurso clarificador do presidente na associação na cerimónia de abertura do Congresso.
Foi durante o almoço que a direcção da APAVT realizou com os jornalistas que cobrem o evento, como é tradição, que João Welsh entendeu por bem explicar aos representantes dos media o que está em causa nesta questão das companhias de aviação de baixo custo.

Neste âmbito, disse ser completamente diferente da imagem que o País quer passar para o exterior, a situação que reside no actual quadro de apoios que permitem realidades como a que acontece a uma easyJet, que recebeu apoios para voar para o nosso país, incluindo as regiões autónomas. E, como disse, “sem perguntar nada a ninguém, utilizou a imagem de um garrafão de vinho, que não tem nada a ver com qualidade, para promover uma rota”.

Deixou claro que não é uma questão de ser uma low-cost ou não, mas antes saber o que queremos.

Em seu entender, os apoios têm de ser formatados tendo critérios claros, de acordo com os objectivos que o país pretende para o tipo de público-alvo que quer e que se enquadre com o produto que tem em termos diferenciadores em relação a outros.

Neste sentido, acentua que, para as novas rotas, há que saber quais são os critérios.

Em primeiro lugar, diz que há que saber quais são os mercados emissores ou os aeroportos.

E, em segundo lugar, há que saber as verbas disponíveis para afectar a esses aeroportos.

Depois, em face destes dois critérios, “há que saber qual é o período que temos de investir essas verbas para poder fomentar a notoriedade, marcando a notoriedade do brand do país, que pode ser numa lógica de co-branding, com a marca da companhia aérea”.

Desta forma, acredita que vamos garantir que o país fique forte como imagem nesses mercados emissores. “E, mesmo que uma companhia aérea saia, porque alguém pagou mais, a nossa notoriedade ficou lá e novas oportunidades surgirão”, rematou.
Uma nota mais acerca das low cost para dar conta do que disse, durante a manhã, Vítor Neto. Além de referir que as low cost não existem para resolver os problemas do turismo mas antes para rentabilizar os investimentos dos seus accionistas deixou evidente que podemos estar a viver no que diz ser a bolha das low cost, que se rebentar, admite vir a causar problemas.

Paulo Camacho

Há excesso de taxas no bilhete de avião

Há um excesso de taxas na compra de um bilhete de avião quando devíamos caminhar para um preço único do transporte aéreo que os incorporasse. Quem o disse foi Vítor Filipe, agente de viagens e ex-presidente da APAVT, ao intervir no quinto e último painel do 33º Congresso anual da associação que decorreu em Búzios, no Brasil.

Neste painel, Frank Wagner, da Rena, que representa companhias de aviação em Portugal como a Lufthansa, disse não ser fácil traduzir taxas como a de combustível, no preço final do bilhete de avião pelo facto de ser uma realidade que a companhia não consegue controlar. Além de que, por exemplo, uma venda, hoje, para uma viagem de avião para daqui a quatro meses, a transportadora não sabe que oscilações terá o petróleo e, a haver subida, teria de suportar esse agravamento.

Da parte dos agentes de viagens, a ideia que está subjacente a este desejo prende-se com o aumento do valor da comissão, que seria pago pela totalidade do bilhete.

Mas, neste painel, falou-se muito do tripé. Tripé que os agentes de viagens, pelo que ouvimos de Vítor Filipe, está de pedra e cal. Um tripé que, entenda-se, assenta nas companhias aéreas, nos GDS (centrais que dispõem de toda a informação para reservas e emissão de bilhetes ou vouchers das transportadoras, das rent-a-car e dos hotéis, ao serviço dos agentes de viagens) e nos próprios agentes de viagens.

E em matéria de comissões às agências de viagens, Vítor Filipe recordou que companhias internacionais, que, como disse, se julgam as donas do mundo, por não cumprirem o estipulado, têm hoje processos em tribunal, sendo que a Ibéria já foi condenada a pagar. Seguem-se os processos a companhias como a Lufthansa e a British Airways.

Pela parte da TAP, em matéria de incorporação de todos os valores na taxas no bilhete, disse que partilha integralmente do disse Frank Wagner.
Quanto ao relacionamento com os agentes de viagens, Dionísio Barum, director-geral da transportadora nacional, disse que tudo se mantém num clima de cordialidade. Não obstante, e à luz do acordo estabelecido com a APAVT, evidenciou que acompanhia terá de aompanhar o desenrolar de realidades como a do mercado espanhol, com a Ibéria. Tudo para que, eventualmente, proceda a reajustamentos, no sentido de evitar fenómenos semelhantes ao dos combustíveis, com fugas de clientes para Espanha. Reconheceu o potencial do canal agentes de viagens (que traduzem 85% das suas vendas) com quem a TAP estabeleceu um acordo de comissões há alguns anos. Por isso mesmo, realçou que as tarifas que a companhia apresenta na sua página web são iguaios às disponibilizadas aos agentes de viagens.

Curiosamente, Dionísio Barum avançou que o site da empresa representa 6% das vendas em Portugal. Um número bem diferente das do Reino Unido, onde 25% através deste canal.

Não obstante, este painel ficaria marcado pela questão dos GDS. Criados nos anos 60 precisamente pelas companhias de aviação para centralizar as suas ofertas, estão também elas a passar por transformações. E, depois de algumas vozes augurarem o seu fim, têm sabido adaptar-se e a procurar corresponder ao que dela esperam os parceiros do tripé.

Trata-se de um fenómeno que leva a companhias como as estrelas deste congresso, as low cost, já procurem os GDS como plataforma que as apoie junto das agências de viagens. Quanto às companhias de rede, tradicionais, a hora é de diálogo. Ou terá forçosamente de o ser já que transportadoras como a TAP deixou claro em Búzios que quer rever o contrato com o GDS Galileo para baixar custos.

Paulo Camacho

Turismo "corta" proposta de filme

Num abir e fechar de olhos, o que Tiago Canas Mendes, da Action 4, uma agência de marketing que tem um leque de clientes tão vastos que vão dos automóveis às telecomunicações foi deitado por terra. A sua proposta, que, humildemente apresentou na abertura do IV Painel do Congresso da APAVT, em Búzios, no Brasil, onde era o key-note speaker, de, a exemplo de realidades como a BMW que, para apresentar o seu modelo Z3, convidou oito realizadores para fazerem curtas metragens, recebeu logo um rotundo entrave do Turismo de Portugal. A estrela do filme era o próprio veículo alemão,

Para Portugal, a ideia era convidar quatro realizadores de renome como Sofia Copola ou Quentin Tarentino, para fazerem películas acerca do nosso país para que, dessa forma, podesse ser promovido o destino.

Frederico Costa, administrador do Instituto do Turismo de Portugal, instituto público de financiamento a projectos de investimento no turismo disse que, dificilmente se conseguiria reunir apoios para projectos como o dos filmes.

Na sua essência, o projecto que Tiago Mendes Canas apresentara como um eventual grande contributo para a promoção do país, procuraria tirar grande parido mediático de três fases que enumerou: a rodagem, o lançamento e do circuito de distribuição do filme, quer no cinema, nas vendas em DVD e para a televisão.

Usando Fernando Pessoa como pano de fundo desta proposta, precisamente pelos seus heterónimos, entende que a visão de quatro realizadores de Portugal poderia ser um elo importante para alavancar o turismo nacional. Um turismo que muitos dizem que tem se afirmar pela diferenciação, mas onde pegou em itens que poderiam ser considerados distintivos de Portugal, mas que demonstrou, com dados concretos que existem países que, nesses domínios estão bem melhores posicionados que Portugal. São itens que procuram atestar a autenticidade de Portugal como o clima e a luz, a história, a cultura e tradições e a hospitalidade.

Paulo Camacho

Trindade defende diferenciação


O presidente do Grupo Porto Bay começou ontem por defender no terceiro painel do Congresso da APAVT o conceito de diferenciação para ganhar competitividade. António Trindade fava precisamente no primeiro painel do dia que tinha como tema “Ganhar competitividade”.
Em complemento, o empresário, que era um dos oradores convidados do painel diria que para ganhar competitividade não é só no espaço temporal, mas também passa muito por ser visionário.
Neste âmbito deu algumas dicas acerca de itens a considerar na competitividade prentendida como seja o facto de ter a percepção da redução dos ciclos de inovação, estar cientes que as parcerias locais são fundamentais nos negócios, tal como ter quadros e equipas bem formadas é crucial. Sobre este último ponto deixou bem claro que com um défice de formação é impossível vencer.

Reinventar distribuição

Em relação à distribuição, até porque estamos num congresso das agências de viagens, António Trindade foi claro quando disse que têm de reinventar a sua estratégia. No fundo, seguindo a linha da entrevista que deu recentemente à revista da APAVT onde sublinhou a importâncias das agências de viagens serem mais ambiciosas e, de certa forma, não se acomodarem ao seu espaço físico, quando existe um mundo de oportunidades, mesmo no seio da própria Europa.
E, respondendo um pouco à intervenção de Rui Horta, administrador do Grupo Espírito Santo, que se lamentou do papel limitado que os empresário têm em áreas como a decisão do novo aeroporto de Lisboa, na abordagem às vantagens fiscais, como o IVA, e à legislação laboral, o presidente do Grupo Porto Bay não se pôs com rodeios e disse que o problema da competência do turismo nacional está nos próprios empresários. Lamentou que em Portugal ainda se vive um pouco num clima do estado-providência.
Aproveitando a deixa foi directo quando afirmou que se o aeroporto ainda não está decidido para a Ota deve-se precisamente à intervenção dos empresários, através da CIP, que levaram o governo da República a ter de reanalisar tudo.
Noutro ponto, diria que é reservado às empresas o que deve ser o serviço. Um serviço onde como, salientou, não basta sermos “porreiros”, pelo que há que bater na tecla da formação dos quadros.

Operadores e agentes mantêm-se

Outro dos oradores foi Vítor Neto, empresário e ex-secretário de Estado do Turismo.
De certa forma disse que as agências de viagens e os operadores turísticos não vão desaparecer. Vão ter de mudar, é verdade, mas irão continuar.
Por isso mesmo, admite que é preciso estar atento ao que se passa pelo que terá de haver uma estratégia correcta alargada à nossa realidade.
Outra intervenção interessante foi de Jorge Costa, do Instituto … Entre o muito que disse saliente-se a necessidade de haver no país um desígnio nacional para o turismo. Um objectivo que poderia passar, segundo as suas palavras, por questão tão simples como cada cidadão dispor de um road book de bolso que pudesse ser útil em caso de solicitação por um turista. É o conceito de afinity que apontou como um dos quatro itens a apostar para que Portugal possa ganhar competitividade. Itens que incluem ainda áreas como a aposta forte nas acessibilidades, relevantes num país periférico como o nosso (que, conforme evidenciou António Trindade, ainda é mais periférico do que a periférica Espanha, tal como o consideram os vizinhos), a segurança, e a sensibilidade para receber o turismo. Neste último ponto, apontou mesmo a necessidade de haver mesmo um projecto nacional de educação para o turismo.

Diferenciação positiva

Noutro ponto, falaria da importância da diferenciação positiva onde aponta Portugal com um destino de boutique hotel. Mais selecto. Inclusivamente apontou um slogan que definiria este conceito: “Paixão pela excelência 12 meses por ano”.
Em jeito de remate, peguemos ainda em palavras proferidas por António Trindade, quando falava dos desafios para sermos competitivos.
Primeiro evidenciou que somos um destino europeu para europeus. Uma leitura partilhada por Vítor Neto.
E, nesse âmbito, diz que há algum trabalho de casa a fazer como seja o que se passa nos mercados geradores de turistas para Portugal que levaram a que operadores como a Tui Nordic querer afastar-se da Madeira quando, por outro lado, tem um charter directo, diário entre Estocolmo e Punkhet, na Tailândia. Uma operação que envolve um Boeing 747. Um gigante dos ares.
E, neste prisma, recorda o exemplo que fez no seu grupo, antes de construir o Vila Porto Maré, que só arrancou depois de uma consulta a turistas para saber o que esperavam de um novo produto. O resultado foi adaptar o projecto a essa realidade, que permitiu à unidade que hoje abarca três hotéis diferenciados mas complementares, ter uma ocupação média de 92% ao ano.

Scolari não veio

Uma nota mais para dar conta que o seleccionador nacional Scolari não compareceu ao “treino” acordado com os agentes de viagens. Não se sabe ao certo os motivos que levaram ao cancelamento de última hora que criou um grande mal-estar no seio da direcção da APAVT. Sabe-se sim que a decisão foi unilateral, por parte do seleccionador da equipa nacional de futebol.

Paulo Camacho

Estudante diz que regras para novas linhas são claras


O presidente da TAP Portugal admite que o apoio financeiro de Portugal destinado a operações de companhias aéreas para aeroportos como o de Stansted, nos arredores de Londres, não configura uma nova rota. Isto porque a companhia considera este aeroporto como mais um da capital inglesa.
Esta crítica está relacionada com o apoio dado a novas ligações como a Madeira-Londres, concretamente para o Aeroporto de Stansted, para onde a companhia de baixo custo, easyJet, iniciou operações a 28 de Outubro último.
Sobre esta matéria, Conceição Estudante, secretária regional do Turismo e Transportes disse ao Jornal que aquela leitura é a opinião do presidente da companhia. Recordou que as novas rotas, os critérios e os parâmetros estão definidas entre os parceiros. Pelo que evidencia, à luz dessas regras, Stansted é uma nova rota e um novo aeroporto.
Deste modo, diz que não há mais nada a dizer e que se trata de uma opinião como qualquer outra.
Não obstante, Conceição Estudante, que acompanha em Búzios o desenrolar do 33º congresso da APAVT, diz que esta situação decorre da preocupação que as companhias têm neste momento acerca de novas formas de funcionamento no mercado em matéria de transportes aéreos. “Que é compreensível, mas, do nosso ponto de vista, tem de ser devidamente enquadrada, não nos impedindo de tomar as decisões que nos afigurarem mais adequadas para a promoção e o desenvolvimento do nosso destino turístico”.
Acrescentou ainda que os efeitos das low cost são visíveis, com crescimentos superiores a 10% ao mês, desde Outubro.

TAP é parte
do sucesso

Sobre as low cost, Fernando Pinto, ao falar com os jornalistas, depois de conversar com o presidente da APAVT, João Passos, na rubrica “Conversar com…” do congresso, e perante o cenário das ligações que a easyJet tem entre a Madeira e Londres, para onde a TAP também voa regularmente, disse que a transportadora actuará de acordo com os mercados. Acrescentou que se houver o que disse serem desequilíbrios, com apoios que considera poderem ser fora do “normal” é admissível que lutem para equilibrar.
No entanto evidenciou que a TAP só opera voos rentáveis. Que aplica não só para a rota de Londres, como para a da Madeira para as cidades de Lisboa e do Porto, que, ao que se admite, a partir de Março, passa a existir um novo cenário nos ares com o encerramento da página das obrigações de serviço público e entrada em cena de outras companhias como a easyJet.
Reconhece que a rota da Madeira constitui um volume considerável, uma realidade que lamenta não ser reconhecida. Ou seja, evidenciou que uma boa parte do sucesso do turismo na Madeira se deve à prestação da companhia.Quanto a cenários de tarifas mais reduzidas, tentando acompanhar a linha das low cost, Fernando Pinto foi claro ao afirmar que, à luz de um padrão acordado, a transportadora não pode, hoje, ter uma grande flexibilidade tarifária.
Não obstante, sem que ninguém confirme, há quem refira que a TAP e a SATA já se estão sentando à mesa no sentido de estudar a forma de responder ao novo cenário, com tarifas mais baixas.
Uma coisa é certa, o presidente da TAP acentuou que a companhia vai continuar a servir a Madeira. “Mas temos de ter resultados”.
De uma forma geral, o presidente da TAP falou da reestruturação da empresa que cria três núcleos estratégicos no negócio da empresa, com três áreas distintas: Portugal, Brasil e África, que Fernando Pinto admite ser um novo filão para a transportadora, com grandes crescimentos.
Falou ainda acerca da maior uniformização da frota da TAP no longo curso a partir de Junho de 2008, para a qual contribuem os Airbus A330. Curiosamente, o último que recebeu, o João Gonçalves Zarco, que só deveria voar a cinco deste mês, voou ontem para Fortaleza. A estreia para o Brasil.
Em matéria de resultados não se quis comprometer com números. Mas lá foi dizendo que até o lavar dos cestos é vindima, que é como quem diz que há que esperar até o último dia do ano.
Sobre a PGA, que a TAP comprou, admite a possibilidade de a vender, a exemplo do que fez com a White. Não obstante, deposita grande esperança que tal não venha a acontecer.

Paulo Camacho

Há bom relacionamento entre operadores e agentes de viagens


O segundo painel do Congresso da APAVT foi dedicado à Operação Turística.
Entre os oradores estava Pedro Costa Ferreira, vice-presidente da ES Viagens. Das suas palavras ouvimos que os operadores não vão acabar e que se existem problemas de quota de mercado deve-se à existência de várias empresas a actuar neste domínio.
Por isso mesmo, num painel moderado pelo madeirense Paulo Neves (jornalista e professor universitário), admitiu que uma das formas de ultrapassar esta situação passe por mais concentração.
Quando à relação entre os operadores turísticos e os agentes de viagens diz que está bem. “E recomenda-se”, acrescentou.
Sobre esta matéria, Eduardo Pinto Lopes, administrador da Mundos Sonhando, que tem operadores turísticos como a TerraBrasil, sublinhou que enquanto houver equilíbrio de forças, o actual status quo mantém-se. Isto porque, fala-se, quando os operadores começarem a perder terreno, há quem fale que podem passar, elas próprias a vender ao cliente final. Uma situação que o administrador da ES Viagens diz que pode acontecer à luz da legislação vigente mas que prefere o grande canal de distribuição que são as agências de viagens.
No que toca às low cost, foi curiosa a posição de Pedro Costa Ferreira, que disse não saber o que se trata. Mas admitiu que são companhias onde viajar a seis meses de distância é barato, mas que a seis dias, prefere a TAP.
Em jeito de remate foi directo ao dizer que em lugar de trabalhar com as low cost, que admitiu fazer negócio, diz que prefere antes aumentar o negócio com a TAP.
Paulo Camacho

Luigi Valle diz que seria erro separar parceiros


“Tendências e soluções” foi o tema do primeiro painel do 33º Congresso da APAVT.
Sobre este painel, António Pires de Lima, presidente da Uincer, e key-note speaker, traçou o panorama internacional, demonstrando que daí resultarão consequências que os decisores e gestores terão de ter em linha de conta.
Apontou questões como a subida do petróleo, a instabilidade do mercado financeiro, a desvalorização do dólar, o aquecimento global, o surgir de um novo mundo, onde surgem países como a China, a Índia, o Brasil, a Rússia e Angola.
Que fazer num mundo global e com estas realidades? Pires de Lima defende uma revolução de cultura empresarial, que contribua para um stress positivo no seu seio, fazendo com que haja uma focalização nos interesses do cliente por toda a equipa de colaboradores.
Quanto ao governo, defende que tem de desburocratizar mais, mexer na legislação laboral, empreender uma maior simplificação e competitividade fiscal, e criar a figura de um embaixador empresarial.
Num ponto aproveitou para evidenciar que o Turismo deve ser visto como o nosso petróleo, que fará com que, nos próximos anos represente 15% do PIB e do número de empregos em Portugal.
Entre os oradores presentes estava Luigi Valle, vice-presidente do Grupo Pestana.
Das várias vezes que usou da palavra, disse que se quisermos continuar a ser visitados, mesmo com as mudanças, há que pensar que o destino tem de ser competitivo.
Sobre a Aeroporto de Lisboa, reconheceu a necessidade de uma nova infra-estutura. Mas disse que, no imediato, há que preparar a Portela para responder eficazmente ao tráfego.
Deixaria bem claro que, apesar do novo canal que é a Internet, seria um erro estratégico separar os parceiros tradicionais no sector do turismo.
Mais referiu acerca da importância da marca. “Se queremos ter sucesso há que defender a marca, seja pela autoridades públicos, seja pelos privados”, disse, a propósito.
Outro orador foi a de Miguel Rugeroni, da Espírito Santo Turismo. Das suas palavras sublinha-se a importância que aponta para as agências de viagens na focalização em determinados produtos, no sentido de prestar adequadamente o serviço que pretendem como consultor de viagens.

Paulo Camacho

Presidente contundente na abertura do congresso


O Congresso da APAVT começou com um discurso muito forte do presidente da APAVT. Na realidade, João Passos aproveitou a sessão inaugura do 33º Congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo para colocar alguns pontos nos is.
E, no meio desta onda, encontrou lugar para enaltecer o papel da Madeira no enquadramento que a APAVT defende para os profissionais do sector. Tal como sublinhou, as empresas têm de apostar mais e mais na formação dos seus quadros, “sob pena de não conseguirem sobreviver num mercado cada vez mais competitivo e qualificado”.
Neste ponto, realçou que a APAVTForm, criada pela APAVT precisamente para dar a resposta adequada à necessidade de formação dos agentes de viagens, constitui inquestionavelmente a melhor resposta ao desafio da modernidade. E é aqui que entra a Madeira.
O presidente João Passos disse, perante os cerca de 400 congressistas presentes em Búzios que para o sucesso alcançado com a empresa de formação em muito contribuiu o projecto Madeira Specialist, que “contém em si mesmo uma nova visão sobre o que é a formação” e porque “é objectivamente direccionada para o Turismo”. E mais que isso, “para o conhecimento, promoção e comercialização de um destino”. Este programa, receorde-se, visa prestar formação numa plataforma de e-learnning, a agentes de viagens do continente.
Sobre esta matéria, em jeito de remate, disse que em boa hora a Madeira soube reconhecer a utilidade deste projecto.
Quanto ao mais, podemos evidenciar que o discurso do presidente da APAVT foi muito incisivo contra o Governo Central. Nomeadamente criticando o facto de, à luz da nova Lei das Agências de Viagens, não existir um reconhecimento do papel do Provedor do Cliente da associação. Isto por entender que o incumprimento das suas decisões “devem poder accionar as cauções que prestamos junto do Turismo de Portugal”.

Pontos nos is
nas low cost

João Passos teve oportunidade igualmente de apontar algumas conquistas do seu mandato que agora termina, como a celebração do Contrato Colectivo de Trabalho, que o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, no seu discurso, diria ter tido o apoio do governo, mas que a APAVT rejeita liminarmente que assim tenha sido.
Sobre os desafios, quis vincar bem a visão da associação em relação às companhias de aviação low cost. “Não recomendamos nem deixamos de recomendar aos nossos clientes a utilização das low cost pelo simples facto de serem low cost”. Por outro lado, refere que afirmar que vieram “roubar” negócio às agências de viagens “é uma visão simplista do assunto”. “Cada vez mais os clientes reconhecem a mais-valia que as agências lhes oferecem, sobretudo em matéria de segurança, mesmo quando lhes vendem low cost”.
E sobre esta matéria criticou o facto de serem dados apoios às companhias de baixo custo, pelos quais diz existirem companhias de rede com larga tradição em Portugal que deixaram de voar para Portugal.

Pagar para
Visitar

Neste enquadramento, criticou a política de subsídio seguida pelo Governo. Ironicamente, recorda que quando antes existia o slogan “Há sempre um Portugal desconhecido que espera por si” hoje é “Há sempre um Portugal que paga para o visite”.
Em relação ao novo aeroporto de Lisboa defendeu que deve ser considerada uma nova estrutura na margem sul do Tejo, desde que se mantenha operacional o aeroporto da Portela.
No que toca ao discurso do secretário de Estado do Turismo, depois de enumerar algumas das conquistas desenvolvidas pelo actual governo, sublinhou que Portugal está numa fase determinante para se afirmar internacionalmente como destino turístico europeu de excelência.
Por isso, Bernardo Trindade, disse que estão apostados num novo paradigma para o Turismo em Portugal, paradigma que considera indissociável, não só, da qualidade da nossa oferta, “alicerçada, cada vez mais, em práticas de sustentabilidade e de respeito pela integridade do património natural e cultural, mas, essencialmente, da imagem que consigamos transmitir desta mesma oferta, de modo a reposicionar a percepção que os outros têm de nós”.
Por isso, o governante revelou que nos próximos dias Portugal vai apostar numa nova imagem.

Paulo Camacho

Congresso da APAVT começa


O 33º Congresso da APAVT arranca, efectivamente esta manhã, em Búzios, no Brasil, depois da abertura solene de ontem, que decorreu no Hotel Atlântico Búzios, sede do maior fórum do Turismo nacional.
Por cá, o município de Armação dos Búzios, está dando grande ênfase ao evento que trouxe a esta cidade do estado do Rio de Janeiro, cerca de 400 congressistas. Além das entidades e personalidades da Madeira, com destaque para a secretária regional do Turismo e Transportes, Conceição Estudante e para o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, encontramos pessoas conhecidas, onde podemos evidenciar, por exemplo, o ex-ministro do Turismo, Telmo Correia, e a equipa executiva, de topo, da TAP Portugal, presenças habituais nos congressos da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo.
Por toda a cidade baixa vemos cartazes pendurados a espaços, depois de uma grande faixa saudar os congressistas à entrada.
No único jornal de Búzios “O Peru Molhado” além de artigos de opinião que dão alguma ênfase ao evento, onde apenas destoa a escrita no que, supostamente será o editorial, os anúncios dão as boas-vindas e, inclusivamente, proporcionam “10% de descontos aos agentes portugueses”.
E, pelo que soubemos ontem, a vinda do congresso da APAVT para Búzios é um sonho com quatro anos. Curiosamente de um português, que encontrou nestas paragens o local ideal para investir em unidades hoteleiras e restaurante de requinte na praia. Octávio Martins, que ligou as pontas e reuniu vontades.
Apesar de reconhecer que as ocupações nas unidades de Búzios estão praticamente boas todo o ano, com excepção de dois meses (Maio e Junho), onde os mercados vizinhos da Argentina e do Chile, têm grande presença, diz que a aposta no mercado português não pretende que este os substitua, mas antes que diversifique e permita amortecer eventuais “espirros” nestes países emissores.
Até porque, evidencia, Búzios não quer crescer a qualquer preço. Primeiro porque aposta numa faixa média/média-alta, que por si, seleccione os turistas.
No fundo, enquadra-se na política do município. Toninho Branco, presidente da Câmara de Búzios, deixa claro que a cidade quer crescer mas “não abre mão da qualidade”. Deixa claro que, “ainda que atraindo grandes empreendimentos e oferecendo ao visitante uma extensa variedade de serviços, não temos como objectivo perder o clima característico de nossa cidade” Diz que Búzios, na sua essência, é uma vila de pescadores. “E assim queremos ser reconhecidos: pelo clima aconchegante, pelo sossego das praias, tendo a vida marcada pelo ritmo sereno das ondas do mar”.
Não obstante admite que crescer é preciso. “E discutir esse crescimento, uma necessidade”. Ao escolher Búzios como sede do congresso a APAVT “nos dá sinais de confiança e abre caminhos para futuras parcerias e negócios”.