quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Presidente contundente na abertura do congresso


O Congresso da APAVT começou com um discurso muito forte do presidente da APAVT. Na realidade, João Passos aproveitou a sessão inaugura do 33º Congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo para colocar alguns pontos nos is.
E, no meio desta onda, encontrou lugar para enaltecer o papel da Madeira no enquadramento que a APAVT defende para os profissionais do sector. Tal como sublinhou, as empresas têm de apostar mais e mais na formação dos seus quadros, “sob pena de não conseguirem sobreviver num mercado cada vez mais competitivo e qualificado”.
Neste ponto, realçou que a APAVTForm, criada pela APAVT precisamente para dar a resposta adequada à necessidade de formação dos agentes de viagens, constitui inquestionavelmente a melhor resposta ao desafio da modernidade. E é aqui que entra a Madeira.
O presidente João Passos disse, perante os cerca de 400 congressistas presentes em Búzios que para o sucesso alcançado com a empresa de formação em muito contribuiu o projecto Madeira Specialist, que “contém em si mesmo uma nova visão sobre o que é a formação” e porque “é objectivamente direccionada para o Turismo”. E mais que isso, “para o conhecimento, promoção e comercialização de um destino”. Este programa, receorde-se, visa prestar formação numa plataforma de e-learnning, a agentes de viagens do continente.
Sobre esta matéria, em jeito de remate, disse que em boa hora a Madeira soube reconhecer a utilidade deste projecto.
Quanto ao mais, podemos evidenciar que o discurso do presidente da APAVT foi muito incisivo contra o Governo Central. Nomeadamente criticando o facto de, à luz da nova Lei das Agências de Viagens, não existir um reconhecimento do papel do Provedor do Cliente da associação. Isto por entender que o incumprimento das suas decisões “devem poder accionar as cauções que prestamos junto do Turismo de Portugal”.

Pontos nos is
nas low cost

João Passos teve oportunidade igualmente de apontar algumas conquistas do seu mandato que agora termina, como a celebração do Contrato Colectivo de Trabalho, que o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, no seu discurso, diria ter tido o apoio do governo, mas que a APAVT rejeita liminarmente que assim tenha sido.
Sobre os desafios, quis vincar bem a visão da associação em relação às companhias de aviação low cost. “Não recomendamos nem deixamos de recomendar aos nossos clientes a utilização das low cost pelo simples facto de serem low cost”. Por outro lado, refere que afirmar que vieram “roubar” negócio às agências de viagens “é uma visão simplista do assunto”. “Cada vez mais os clientes reconhecem a mais-valia que as agências lhes oferecem, sobretudo em matéria de segurança, mesmo quando lhes vendem low cost”.
E sobre esta matéria criticou o facto de serem dados apoios às companhias de baixo custo, pelos quais diz existirem companhias de rede com larga tradição em Portugal que deixaram de voar para Portugal.

Pagar para
Visitar

Neste enquadramento, criticou a política de subsídio seguida pelo Governo. Ironicamente, recorda que quando antes existia o slogan “Há sempre um Portugal desconhecido que espera por si” hoje é “Há sempre um Portugal que paga para o visite”.
Em relação ao novo aeroporto de Lisboa defendeu que deve ser considerada uma nova estrutura na margem sul do Tejo, desde que se mantenha operacional o aeroporto da Portela.
No que toca ao discurso do secretário de Estado do Turismo, depois de enumerar algumas das conquistas desenvolvidas pelo actual governo, sublinhou que Portugal está numa fase determinante para se afirmar internacionalmente como destino turístico europeu de excelência.
Por isso, Bernardo Trindade, disse que estão apostados num novo paradigma para o Turismo em Portugal, paradigma que considera indissociável, não só, da qualidade da nossa oferta, “alicerçada, cada vez mais, em práticas de sustentabilidade e de respeito pela integridade do património natural e cultural, mas, essencialmente, da imagem que consigamos transmitir desta mesma oferta, de modo a reposicionar a percepção que os outros têm de nós”.
Por isso, o governante revelou que nos próximos dias Portugal vai apostar numa nova imagem.

Paulo Camacho