quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Estudante diz que regras para novas linhas são claras


O presidente da TAP Portugal admite que o apoio financeiro de Portugal destinado a operações de companhias aéreas para aeroportos como o de Stansted, nos arredores de Londres, não configura uma nova rota. Isto porque a companhia considera este aeroporto como mais um da capital inglesa.
Esta crítica está relacionada com o apoio dado a novas ligações como a Madeira-Londres, concretamente para o Aeroporto de Stansted, para onde a companhia de baixo custo, easyJet, iniciou operações a 28 de Outubro último.
Sobre esta matéria, Conceição Estudante, secretária regional do Turismo e Transportes disse ao Jornal que aquela leitura é a opinião do presidente da companhia. Recordou que as novas rotas, os critérios e os parâmetros estão definidas entre os parceiros. Pelo que evidencia, à luz dessas regras, Stansted é uma nova rota e um novo aeroporto.
Deste modo, diz que não há mais nada a dizer e que se trata de uma opinião como qualquer outra.
Não obstante, Conceição Estudante, que acompanha em Búzios o desenrolar do 33º congresso da APAVT, diz que esta situação decorre da preocupação que as companhias têm neste momento acerca de novas formas de funcionamento no mercado em matéria de transportes aéreos. “Que é compreensível, mas, do nosso ponto de vista, tem de ser devidamente enquadrada, não nos impedindo de tomar as decisões que nos afigurarem mais adequadas para a promoção e o desenvolvimento do nosso destino turístico”.
Acrescentou ainda que os efeitos das low cost são visíveis, com crescimentos superiores a 10% ao mês, desde Outubro.

TAP é parte
do sucesso

Sobre as low cost, Fernando Pinto, ao falar com os jornalistas, depois de conversar com o presidente da APAVT, João Passos, na rubrica “Conversar com…” do congresso, e perante o cenário das ligações que a easyJet tem entre a Madeira e Londres, para onde a TAP também voa regularmente, disse que a transportadora actuará de acordo com os mercados. Acrescentou que se houver o que disse serem desequilíbrios, com apoios que considera poderem ser fora do “normal” é admissível que lutem para equilibrar.
No entanto evidenciou que a TAP só opera voos rentáveis. Que aplica não só para a rota de Londres, como para a da Madeira para as cidades de Lisboa e do Porto, que, ao que se admite, a partir de Março, passa a existir um novo cenário nos ares com o encerramento da página das obrigações de serviço público e entrada em cena de outras companhias como a easyJet.
Reconhece que a rota da Madeira constitui um volume considerável, uma realidade que lamenta não ser reconhecida. Ou seja, evidenciou que uma boa parte do sucesso do turismo na Madeira se deve à prestação da companhia.Quanto a cenários de tarifas mais reduzidas, tentando acompanhar a linha das low cost, Fernando Pinto foi claro ao afirmar que, à luz de um padrão acordado, a transportadora não pode, hoje, ter uma grande flexibilidade tarifária.
Não obstante, sem que ninguém confirme, há quem refira que a TAP e a SATA já se estão sentando à mesa no sentido de estudar a forma de responder ao novo cenário, com tarifas mais baixas.
Uma coisa é certa, o presidente da TAP acentuou que a companhia vai continuar a servir a Madeira. “Mas temos de ter resultados”.
De uma forma geral, o presidente da TAP falou da reestruturação da empresa que cria três núcleos estratégicos no negócio da empresa, com três áreas distintas: Portugal, Brasil e África, que Fernando Pinto admite ser um novo filão para a transportadora, com grandes crescimentos.
Falou ainda acerca da maior uniformização da frota da TAP no longo curso a partir de Junho de 2008, para a qual contribuem os Airbus A330. Curiosamente, o último que recebeu, o João Gonçalves Zarco, que só deveria voar a cinco deste mês, voou ontem para Fortaleza. A estreia para o Brasil.
Em matéria de resultados não se quis comprometer com números. Mas lá foi dizendo que até o lavar dos cestos é vindima, que é como quem diz que há que esperar até o último dia do ano.
Sobre a PGA, que a TAP comprou, admite a possibilidade de a vender, a exemplo do que fez com a White. Não obstante, deposita grande esperança que tal não venha a acontecer.

Paulo Camacho