domingo, 25 de novembro de 2007

Miguel Júdice: Prestaremos o serviço que o cliente deseja


O que representa para o Grupo Lágrimas a aposta na Madeira?
A Madeira é um destino turístico bastante consolidado. E nós, enquanto grupo turístico, faz sentido estar neste destino. Estamos no Algarve, em Lisboa, no Porto e Coimbra, que não é um grande destino, pelo que faltava a Madeira.

Como vê esta oportunidade, de entrar no destino com a proposta de restauração?
Alia duas vertentes: a excelente localização, num espaço bonito que não se repete, e uma parceria forte que nos ajuda a entrar no mercado.
Os negócios são sempre arriscados, e esta pareceria ajuda a diminuir bastante o risco, porque a Siram é um grupo forte, com um bom network de clientes, e uma divisão de eventos que vai contribuir para que, através do restaurante se possam fazer eventos de catering, por exemplo.

O que se pode esperar do novo Molhe?
Queremos que seja um restaurante com uma cozinha moderna e prestigiada, muito alicerçada nas tradições gastronómicas da ilha. Que use os ingredientes, as matérias-primas, as tradições da ilha da Madeira, que existe em abundânicia, e que sejam trabalhados para criar pratos que sejam do agrado de todos os públicos. Queremos apresentar pratos criativos, com uma cozinha modernizada, contemporânea, que contará com o saber do chef José Avillez, que trabalhou em alguns dos melhores restaurantes do mundo.
Diria que será um restaurante cosmopolita que está na cidade do Funchal, mas bem poderia estar em Londres, em Paris, em Milão, em Lisboa ou Nova Iorque.

Como vê o Funchal, além desse paralelismo que aponta?
O Funchal tem um público conhecedor, que frequenta restaurantes, que se pode deixar seduzir por um espaço como o Molhe.
Existem igualmente os turistas. É um público rotativo muito importantes para os restaurantes.
Devo evidenciar que a Madeira tem um conjunto de iniciativas sociais e empresariais para os quais dispomos de um serviço de catering bastante forte, com grandes tradições em eventos e casamentos. Por isso, seja no Molhe ou em casa de alguém, numa empresa ou noutro espaço, estamos preparados.
Não interessa quantidade de pessoas ou o local. Prestaremos o serviço que o cliente deseja.
Pode definir o Grupo Lágrimas? Um criador de emoções?
É um grupo familiar que incorpora unidades únicas, todas elas com características que as tornam especiais e que tenta fazer uma hotelaria que não é apenas servir bifes e oferecer uma cama para dormir. Queremos dar experiências, criar memórias que predurem e que façam as pessoas voltar e falar bem das unidades.
A ideia é criar espaços diferentes. Hotéis que tenham uma componente cultural muito grande. Que enriqueça a experiência hoteleira.
Queremos que o cliente saia do hotel com mais alguma coisa.
No fundo, é dar um degrau mais na prestação do serviço hoteleiro.

A hotelaria não o seduz na Madeira?
Nunca nos surgiu nenhum projecto para a Madeira, além deste. Não está nos nossos horizontes mais próximos. Não quer dizer que não pensemos, quando a empresa tiver um pouco mais de estrutura e de experiência no mercado.

O grupo acaba de comprar um hotel no Porto. Que outros projectos tem?
O mais recente é realmente no Porto, onde acabamos de comprar o hotel Infante Sagres.
Temos um projecto hoteleiro no Rio Douro, a 41 quilómetros do Porto, que se chamará Douro 41. Está a meio da obra.
Há ainda a recuperação de um palácio, perto da Figueira da Foz e um outro em Montemor-o-Novo, que será um projecto de turismo residencial, um resort com vinha em redor, onde existirão vinhas nos jardins das casas que iremos vender, com uma adega central que produzirá o vinho.
Temos ainda um outro projecto no Cerará, no Brasil.
Paulo Camacho