domingo, 8 de março de 2009

Concorrência aos táxis na Madeira

A Associação dos Industriais de Táxi da Região Autónoma da Madeira (AITRAM) diz que a concorrência desleal é cada vez mais visível e apela à intervenção mais frequente das entidades fiscalizadoras. António Loreto afirma saber que tem havido fiscalizações mas sublinha que as mesmas não estão a decorrer nos locais certos.
«Basta ir numa segunda-feira ao Aeroporto para verificar quantos estão lá em situação de ilegalidade», denuncia António Loreto.
O presidente da AITRAM refere que sempre houve concorrência desleal aos profissionais de táxi mas admite que a situação está a piorar a cada dia que passa. A crise, essa, faz com que o “salve-se quem puder” impere nesta actividade que está a passar por muitos maus dias.
António Loreto assegura também que a mesma «concorrência desleal é feita por alguns ex-colegas taxistas que deixaram de ter licença e, como têm alguns contactos em agências e unidades hoteleiras, continuam a prestar serviço a essas entidades sem qualquer licenciamento».
Para além de estar em causa o serviço dos profissionais de táxi que, a cada dia que passa, têm cada vez menos trabalho e menos dinheiro, António Loreto considera que está em cheque também a vida e o bem estar dos clientes.
«Há quem esteja a fazer este tipo de serviços depois de uma noitada num outro emprego qualquer. Estão com sono. Algumas das viaturas nem seguro de passageiros têm e muitas têm inspecção normal, enquanto que os táxis têm inspecção rigorosa de seis em seis meses», afirma.
Há ainda a acrescentar o facto de muitos dos motoristas que estão a fazer concorrência desleal «não terem qualquer qualificação». São pessoas que, segundo o representante da Associação de Táxis da Região Autónoma da Madeira, trabalham noutros sectores e aproveitam aqueles dias em que há maior movimento no Aeroporto para realizar os transfers.
«São muitos», responde António Loreto quando questionado sobre o número de pessoas que poderão estar a praticar este tipo de concorrência de desleal.
«O parque do Aeroporto costuma estar cheio dessas viaturas. Só não vê quem não quer ver», prossegue o nosso interlocutor, que admite que muitos, quando se apercebem de fiscalização, costumam deixar o carro no parque de estacionamento dito normal e levar os clientes a pé, pelo elevador, até a viatura, desviando as atenções das entidades fiscalizadoras.

Fonte: Jornal da Madeira (Carla Ribeiro)

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