segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

António Trindade: Crise obriga a promoções agressivas

“Temos de agir no momento presente com promoções agressivas”, afirma António Trindade, presidente do Grupo Porto Bay, em entrevista ao Expresso, na qual defende que o sector hoteleiro tem que “agir rápido”, para evitar cancelamentos de operadores turísticos para Portugal.
António Trindade defende que “temos de ser reactivos a situações do exterior e criar promoções fortes para manter o lastro da própria operação”, porque ”é muito importante para destinos como os nossos que não haja cancelamentos da operação turística”.
“Temos de agir rápido, não só eu mas todo o sector, para que os operadores, fruto de uma manifesta regressão de clientes, não cancelem as suas operações em Portugal”, enfatiza, ao sublinhar que “o paradigma de gestão mudou e temos todos de aprender a navegar à vista para garantir mercado”.
O presidente do Grupo Porto Bay comenta também que “cada hoteleiro terá a sua estratégia”, mas face à questão de que há hoteleiros que dizem que vão subir preços em 2009 contrapõe “nunca vi o mercado dar voltas por imposição da oferta”.


“Numa situação em que a oferta é manifestamente superior à procura, não estamos no melhor momento para ter posições rígidas”, acrescenta.
António Trindade pronuncia-se ainda na entrevista a favor da “definição de uma estratégia ibérica”, que classifica como uma exigência para Portugal “ganhar dimensão mínima”.
É nesse quadro que se pronuncia como “forte defensor do TGV”, porque “as grandes ligações rodoviárias e ferroviárias numa lógica ibérica são fundamentais para afirmação dos nossos destinos turísticos”.
“E sobretudo num ambiente de recessão, para garantir acessibilidades baratas a um português ou um espanhol, mais do que procurar novos mercados com ganho acrescido diminuto”, acrescenta.
António Trindade também defende na entrevista uma intervenção conjunta dos “intervenientes do turismo, Brisa e o próprio Estado” no sentido de “compensar quem, tendo pago as portagens, vai depois gastar o seu dinheiro nos destinos nacionais”.


Esta compensação, defendida no quadro do apoio à campanha de estimular os portugueses a fazerem férias “cá dentro”, a sua necessidade é ilustrada com o exemplo de que “um português para se deslocar de Lisboa ao Algarve paga mais 36 euros do que um espanhol ao ir do centro de Espanha para uma praia do Sul”.
O presidente do Grupo Porto Bay afirma também na entrevista que uma das “grandes disfunções está nas taxas aeroportuárias”, que na Madeira “são o dobro das espanholas, e no total nacional são 50% mais”, e comenta que “não faz sentido o que acontece no momento presente: cobrar mais nos aeroportos e dar depois subsídios a novas rotas”.
Ainda assim, e embora defenda que é preciso “regular as taxas [aeroportuárias] com uma política agressiva e então, se for necessário, fazer incentivos de novas rotas”, António Trindade comenta que o Ministério da Economia “já está a fazer, e bem” esse papel de incentivas novas rotas.


Fonte: Presstur

Foto: Ambitur

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